Conheça 10 benefícios do café - Dia Nacional do Café
O Dia Nacional do Café, no Brasil, é comemorado todos os anos em 24 de maio, data que marca o início da colheita nas principais regiões cafeeiras do Brasil. Essa data comemorativa, considerada a mais importante dos Cafés do Brasil, foi instituída pela Associação Brasileira da Indústria de Café - ABIC, em 2005, com objetivo de valorizar e homenagear o produto que é paixão nacional. De acordo com a Associação, no nosso País, cada pessoa consumiu, em média, 4,81 kg de café torrado em 2020.
Um artigo de revisão publicado no periódico New England Journal of Medicine resume evidências sobre os diversos efeitos fisiológicos da cafeína e do café para o organismo. Segundo a pesquisa, o consumo moderado pode reduzir o risco de doenças crônicas, incluindo diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e certos tipos de câncer.
Em geral, a dose diária de cafeína recomendada para que a bebida tenha efeitos positivos no organismo é de até 400 miligramas, cerca de cinco xícaras pequenas. Leia mais enquanto prepara o seu cafezinho:
1. O café pode ajudar no emagrecimento
Alguns componentes do café, principalmente a cafeína, a teobromina, o ácido clorogênico e a teofilina ativam o sistema nervoso autônomo, o que provoca aumento na produção de adrenalina pelas glândulas suprarrenais. A adrenalina, por sua vez, aumenta a quebra de células de gordura e libera o que os ácidos graxos livres, que é a gordura estocada. O corpo utiliza então esses ácidos graxos livres como fonte de energia. Um estudo publicado na revista Scientific Reports, em 2019, mostrou que uma xícara de café pode ajudar a perder peso ao estimular a gordura marrom, que queima calorias para gerar calor corporal.
2. Melhora o desempenho físico
O café aumenta a performance na realização de exercícios físicos, segundo estudo publicado no International Journal of Sport Nutrition and Exercise Metabolism. Pesquisas realizadas com a participação de atletas mostraram que a ingestão de 3 miligramas de cafeína (por quilo de peso) uma hora antes de uma atividade ajuda bastante na performance. A ação no sistema nervoso central estimula a produção de endorfinas, trazendo mais prazer e sensação de bem-estar.
3. Alívio do estresse
O estresse crônico aumenta a produção de cortisol e altera circuitos de uma região do cérebro chamada hipocampo. Com isso, há uma piora no humor e na memória e um aumento da suscetibilidade à depressão. Compostos presentes no café, como a cafeína e o ácido clorogênico, melhoram o humor e contribuem para uma diminuição do nível de estresse, além de trazer benefícios para a memória e o raciocínio.
4. Faz bem para o cérebro
A cafeína é uma substância que bloqueia importantes receptores de adenosina no cérebro. Em outras palavras, o consumo do café tem uma correlação inversa com a depressão e a diminuição de memória. Estudos publicados em colaboração por pesquisadores do Brasil, Estados Unidos e Portugal, no periódico científico Proceedings of National Academy Sciences (PNAS), mostraram que a atividade da cafeína acaba melhorando a plasticidade das sinapses, conexões dos neurônios no cérebro, o que confere uma ação de neuroproteção. O estudo mostrou que os benefícios ao cérebro acontecem com doses moderadas, entre 100 e 400 miligramas de cafeína por dia (de 1 a 5 xícaras). Existe uma diminuição do risco de demência e de declínio cognitivo. Além da possibilidade de melhora de pessoas que já apresentam declínio cognitivo. Alguns estudos já mostraram que o café ajuda na prevenção da doença de Alzheimer e traz melhorias dos sintomas de pacientes com a doença de Parkinson.
5. Auxilia na digestão
Substâncias presentes no café, como os polifenóis e a cafeína aumentam o movimento do tubo digestivo, do sistema gastrointestinal. Esse mecanismo facilita a digestão. O consumo do café também aumenta a produção de um hormônio chamado gastrina, que ativa o cólon, parte do intestino grosso, quatro minutos depois de ser consumido, o que melhora o funcionamento do intestino em algumas pessoas.
6. Reduz dores de cabeça
Estudos mostram que a cafeína contribui para o alívio das dores de cabeça. A substância pode ser encontrada inclusive na formulação dos medicamentos frequentemente utilizados no combate às dores de cabeça.
7. Efeito antiinflamatório
O ácido clorogênico, componente da bebida, é um potente antioxidante que tem efeito antiinflamatório. Os antioxidantes combatem o excesso da produção dos radicais livres, que levam à inflamação e ao envelhecimento. Um estudo da Universidade de Stanford, dos Estados Unidos, publicado na revista Nature Medicine, mostrou que a cafeína pode ajudar a conter processos inflamatórios relacionados à idade.
8. Previne o câncer
Estudos revelam que o café ajuda a prevenir determinados tipos de câncer, como os que afetam a mama, a próstata, os ovários e o cólon. A quantidade relevante de antioxidantes, como o ácido clorogênico, além da cafeína, dos tocoferóis (vitamina E) e dos compostos fenólicos, protege as células dos danos provocados pelos radicais livres, diminui a inflamação do organismo, os danos ao DNA e, portanto, a incidência de câncer.
9. Ajuda a melhorar sintomas respiratórios
Estudos da Universidade do Porto, de Portugal, mostraram que pessoas que consomem café de forma moderada - de 50 a 300ml por dia (3 a 5 xícaras), têm 30% menos chance, em média, de desenvolver sintomas como a asma, quando comparados a indivíduos que não consomem a bebida. Além disso, a cafeína tem efeito broncodilatador (auxilia na respiração), reduz a fadiga dos músculos respiratórios e melhora a função pulmonar em até duas horas após o consumo. Outros estudos também sugerem a redução de sintomas e de manifestações clínicas da asma, desde que se consuma café moderadamente a longo prazo.
10. Efeito epigenético
O advento da medicina personalizada, que permite a realização do sequenciamento do genoma dos pacientes, tornou possível investigar os efeitos do consumo do café na expressão de vários genes. Entre eles, a ativação daqueles que podem melhorar a digestão, prevenir a inflamação e proteger contra substâncias químicas nocivas.
O que define a qualidade do café?
Até chegar à mesa do consumidor, o café passa por várias etapas, que incluem o plantio, a colheita e o processamento, que pode ser feito com diferentes técnicas. Os grãos podem ser moídos, torrados ou até mesmo fermentados.
A qualidade do café depende principalmente da relação entre as características genéticas da planta e os fatores relacionados ao ambiente, como local de cultivo, temperatura, nutrição da planta e irrigação. O condicionamento genético permite à planta expressar características de sabores e aromas diferenciados.
O fator tecnológico, que diz respeito ao processamento pós-colheita, tem impacto decisivo na qualidade do café, podendo alterar o sabor, seja pela forma de secagem, seja pela forma de processamento - como café descascado, natural ou fermentado, por exemplo.
Como armazenar o seu café?
O café é um produto sensível à luz e ao oxigênio. Para garantir as suas boas condições, é preciso ter atenção ao armazenamento em casa.
Para durar mais tempo e preservar as características de origem, o café deve ser guardado em uma embalagem ou recipiente escuro, que não receba luz, e hermeticamente fechado, por conta do oxigênio. Ele deve ser armazenado longe de outros produtos, pois absorve cheiro de outros materiais, como temperos.
O café em grão torrado tem um período maior de aproveitamento em comparação ao café moído. É importante respeitar o prazo de validade do produto - a partir de 4 a 6 meses ele começa a perder as características iniciais do momento em que foi embalado.
Alta no consumo
Segundo a Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC), o consumo interno de café no país registrou crescimento em 2020: foram 21,2 milhões de sacas entre novembro de 2019 e outubro de 2020, o que representa uma alta de 1,34% em relação ao período anterior, que considerou dados de novembro de 2018 a outubro de 2019. Os números coletados pela ABIC revelam ainda que, no ano passado, o Brasil manteve a posição de segundo maior consumidor de café do mundo.
Fontes: Filippo Pedrinola, médico endocrinologista; Gerson Silva Giomo, pesquisador do Instituto Agronômico (IAC), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo; Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC) E CNNBrasil.
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